Trabalho no Exterior: Elaboração de Currículo (Parte 2)
Olá! Se você está interessado na elaboração de currículo especificamente para trabalho no exterior, esse artigo refere-se à segunda parte das dicas. Você poderá verificar a primeira parte clicando aqui. Portanto, aqui vão as dicas para as seguintes seções do currículo:
Seção “Conhecimentos Adicionais (Idiomas)”: Lucky me! Se a sua profissão é analista de negócios e não desenvolvedor, os entrevistadores com certeza vão exigir muito mais do seu inglês que deverá ser fluente, eu disse REALMENTE fluente, não como geralmente fazemos no Brasil: “ah, meu inglês é upper-intermediate, então vou colocar fluente no meu currículo” – não adianta – a profissão de analista exige muito da comunicação e um “embromation” não vai funcionar, pelo menos aqui na Inglaterra que já vi pessoas serem cortadas pelo rápido primeiro contato no telefone, e eu nem achava o inglês delas inadequado para analista de negócios. Em compensação, para os desenvolvedores, a exigência aparentemente não é muito grande e isso pode ser comprovado pela minha própria experiência: quando fui aceita para trabalhar no projeto em novembro do ano passado aqui em Londres, eu somente havia me comunicado em inglês por aproximadamente quatro meses na Nova Zelândia e isso dois anos atrás!
Por incrível que pareça, há NOVE níveis de conhecimento da linguagem que você pode colocar no seu currículo:
– Native Speaker: Se você cresceu falando a língua;
– Bilingual: Você não apresenta NENHUMA dificuldade;
– Fluente: Você possui uma vivência na língua em aproximadamente 2 anos, ou seja, você já passou inúmeras situações, inclusive no ambiente de trabalho;
– Excellent: Você tem experiência em muitas situações, inclusive algumas no trabalho, envolvendo inglês para negócio;
– Very Good: Você tem habilidade de se comunicar em muitas situações, porém, não necessariamente no trabalho, explicando idéias mais elaboradas não tão claramente;
– Good: Você se comunica;
– Quite Good: Você tenta se comunicar;
– Conversational: Você sabe dizer OI;
– Working Knowledge: Você entende, lê, mas não consegue se comunicar nem para a mínima necessidade.
Aposto que você riu de algumas das possibilidades, tenho que confessar que acho estranho um “quite good” no currículo e eu ri muito com o “conversational”, mas no curso aprendemos que você deve SEMPRE se expressar com otimismo e as palavras “intermediário” e “básico” por si só não transmitem confiança no que você sabe (mesmo que mínimo) sobre a língua em questão.
Seção “Referências”: Particularmente, somente inclui essa seção no meu currículo quando tive que desenvolvê-lo para os projetos internacionais, acredito que na área de TI no Brasil não exista a cultura de telefonar para antigos chefes ou colegas de trabalho para pedir referências, porém, no exterior eles realmente ligam! E tenho colegas que a empresa também telefonou para a universidade para pedir detalhes do currículo, verificar se realmente a pessoa foi formada naquela instituição de ensino. Embora essa seção seja importante, NÃO coloque o nome de pessoas e contato das mesmas, somente indique em seu currículo: “References available on request”. Dessa forma, você recebe o contato do entrevistador, antes que ele contate as suas referências (aí você corre e compra um presente para aquele amigo de trabalho para qual o entrevistador irá telefonar heheh).
Seção “Conquistas” (Achievements): É importante colocar as principais conquistas em sua carreira, em projetos, com clientes nessa seção, mas somente se houver algo que valha a pena indicar, para eles “terminar o projeto em tempo” não é achievement, é obrigação! Eles estão muito interessados em resultados e com certeza essa vai ser uma das perguntas da entrevista.
Bom, acredito que em geral são essas dicas que farão o seu currículo no mínimo apresentável, obviamente, há muito mais a se dizer e tudo vai depender do país que você deseja enviar o seu currículo e da própria empresa que você estará o enviando. Espero que algumas das dicas tenham sido úteis pra você! Let´s start the job hunt!
Agradecimentos especiais ao professor de inglês e alguns profissionais de recursos humanos que quando precisei, ao longo da elaboração do meu currículo, ajudaram com algumas dessas dicas.
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